MERGULHANDO NA PALAVRA

NOVA VIDA

TODA SEXTA-FEIRA

TODA SEXTA-FEIRA

LIBRAS

LIBRAS

Páginas

PLANO DA SALVAÇÃO (parte 1)

O Plano da Salvação (parte 1)


A bíblia sagrada é um conjunto de 66 livros, escritos ao longo de milhares de anos por, pelo menos,
40 pessoas de classes sócio-econômicas, formações e épocas diferentes umas das outras, sendo que,
muitas vezes, um escritor nem tinha conhecimento do que os outros haviam escrito. Mesmo assim,
quando lemos a Bíblia, do primeiro ao último livro, notamos uma harmonia sobrenatural entre eles,
que não pode ser atribuída, de maneira alguma, a homens, mas sim a DEUS que usou tais homens
para revelar seu plano divino para toda a humanidade.

Porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos
falaram da parte de DEUS movidos pelo ESPÍRITO SANTO. (2 Pedro 1:21)

Dessa forma, a bíblia dá-nos uma visão única referente ao plano de salvação que DEUS traçou para os homens. Do início ao seu fim, vemos a revelação e o amor de DEUS; uma história na qual Ele oferece o resgate da humanidade através de Seu Filho JESUS CRISTO, livrando os homens da morte espiritual e morte eterna.
Para nós cristãos, muitos fatos ocorridos no mundo influenciaram governos e povos e determinaram
o curso da História dentro das vontades soberana e permissível de DEUS, mas sem dúvida alguma, há seis acontecimentos que se destacam dentre todos os demais, devido ao seu impacto e influência, não só na vida cristã, mas também na vida secular. Cada um desses eventos marcou ou ainda vai marcar a transição de uma Era na história mundial. Estamos falando da criação e início do mundo; do dilúvio nos tempos de Noé, em que DEUS ofereceu um recomeço à humanidade; da primeira vinda de JESUS CRISTO na terra, momento em que o único caminho para o homem se achegar a DEUS foi aberto. O quarto acontecimento está iniciando-se, e trata-se do avivamento prometido por DEUS e causado pelo ESPÍRITO SANTO em nosso meio, em que a nossa geração está preparando o caminho para a volta de JESUS. O quinto acontecimento será o arrebatamento da Igreja e todos aqueles que estiverem vivendo de forma santa e consagrada com DEUS se encontrarão com o SENHOR nos ares.
E, por fim, o sexto acontecimento será o retorno de JESUS à Terra para estabelecer o Seu reinado de paz e justiça. É verdade que muitos outros fatos importantes aconteceram também, mas sem dúvida, nenhum deles se iguala ou se igualará a esses seis em influência e impacto na história da humanidade.

A Criação.

No princípio, criou DEUS os céus e a terra. (Gênesis 1:1)

Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR DEUS fez a terra e os céus. Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR DEUS não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra. E formou o SENHOR DEUS o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. (Gênesis 2:4-7)

Cremos num DEUS que é onipotente (Ele é todo poderoso), onipresente (Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo) e onisciente (Ele é conhecedor de todas as coisas). DEUS criou tudo – anjos, homens, universo – para louvor e glória dEle.

De acordo com texto de Ezequiel 28, a bíblia conta-nos sobre a queda de satanás, o inimigo de nossa alma:

Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o SENHOR JEOVÁ: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de DEUS; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de DEUS estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de DEUS e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para sempre. (Ezequiel 28:11-19)

DEUS criou os anjos para que O adorassem em todo tempo e um deles era lúcifer, cujo nome significa anjo de luz. Até então, essa criatura era boa; DEUS o fez para ser um anjo adorador, mas ele quis ser igual ao Criador e receber a adoração. DEUS, contudo, não divide Sua glória com ninguém conforme descrito em Isaías 48:11 (“e a minha glória não a darei a outrem”) e, por isso, ele foi expulso da presença Santa: DEUS o precipitou para essa terra juntamente com um terço dos anjos, que haviam aderido à rebelião de lúcifer, os quais passaram a ser chamados de demônios.

A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra. (Apocalipse 12:4)


E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seus anjos. (Apocalipse 12:9)

Após sua queda, lúcifer (anjo de luz) passou a chamar-se satã ou satanás ou diabo, que significa adversário e acusador. Satanás, então, iniciou uma luta indireta contra DEUS, visto que em qualquer luta direta, ele sabe que sempre seria (e será) derrotado, num abrir e fechar de olhos, na mesma velocidade e intensidade de um raio.

Eu via a satanás caindo do céu como um relâmpago. (Lucas 10:18)

Essa luta indireta consiste em atacar o homem para afastá-lo de DEUS, afastar a criatura do Criador, roubar a adoração e devoção que devem ser sempre dedicadas ao SENHOR. Satanás não pode tocar a DEUS, então ele tem como objetivo tocar a obra de DEUS, e nós somos essa obra. Em várias fases da história mundial ele tentou e ainda tenta destruir a humanidade para, assim, roubar a adoração de DEUS.

O primeiro homem, Adão, foi criado por DEUS quase que beirando a perfeição. DEUS o formou à Sua imagem e semelhança; alguém dotado de autoridade, que raciocina, com capacidade de exercer domínio e influência sobre a terra, além de ter o poder de escolha em suas mãos.

Também disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. (Gênesis 1:26)

DEUS criou o homem para ser triuno, ou seja, formado por corpo, alma e espírito:
•Alma – é o conjunto de características da pessoa, formado pelo caráter, pelas emoções, sentimentos, intelecto, experiências passadas, etc.
•Corpo – é o físico do homem (não confundir com a carne).
•Espírito – é o fôlego de vida dado por DEUS; é o contato entre o homem e DEUS. É através do espírito que DEUS fala com o homem.

O homem é um espírito dado por DEUS, que habita em um corpo físico, comunica-se e percebe o mundo exterior através de uma alma, sendo que a alma e o corpo formam a carne do homem.

Portanto, o primeiro homem, Adão, era um ser completo em semelhança a DEUS, já que DEUS também é triuno, revelando-se como Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO (Trindade). No versículo abaixo é nítida a menção às três pessoas da Trindade.

Batizado JESUS, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o ESPÍRITO de DEUS descendo como pomba, vindo sobre Ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus 3:16 e 17)

A entrada do pecado no mundo.

Depois de haver concluído a criação humana, DEUS deu uma ordem ao homem que estava no jardim do Éden: obedecer a uma direção de DEUS não comendo o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

E lhe deu esta ordem: de toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:16 e 17).

O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que o primeiro casal provou, foi a independência para com DEUS. Quando eles experimentaram desse fruto, optaram por assumir a independência diante de DEUS. Não existe nada mais triste do que quando o homem se ausenta da presença de SENHOR e passa a viver longe do seu Criador, ignorando e desprezando Seu amor.

Satanás levou Eva a questionar a ordem dada por DEUS e, então, o primeiro casal comeu do fruto da árvore proibida, introduzindo no mundo o primeiro pecado e as suas conseqüências. O homem foi desobediente e rebelde às direções de DEUS. Quando Adão e Eva comeram o fruto do conhecimento do bem e do mal, morreram espiritualmente para DEUS, gerando uma quebra espiritual entre DEUS e o homem, e o espírito deles não mais mantinha contato com DEUS. Ao invés disso, mantinham contato com satanás, fazendo-se eles mesmos deuses de si próprios, tornando-se independentes de DEUS e optando por assumir o controle de suas vidas. A atenção do ser humano focou-se nele mesmo e, assim, começou a enxergar-se como o centro do universo e da adoração. Após a queda de Adão, todos os homens herdaram a maldição do pecado, pois ele (Adão) abriu a porta para a entrada do pecado e da morte na raça humana e somente outro homem (JESUS) poderia fechá-la.

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram (...) Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos. (Romanos 5:12 e 19)

Morte espiritual significa separação de DEUS. Quando o homem peca, ele está sob a sombra e influência de Adão, mas quando ele permanece em santidade, está vivendo sob a sombra e influência de JESUS.

Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em CRISTO. (1 Coríntios 15: 21-22)

O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente. (Salmo 91:1)

Além disso, existe o princípio da autoridade espiritual, o qual DEUS respeita, mesmo tendo Ele total autoridade e soberania sobre tudo e todos. DEUS entregou ao homem a autoridade sobre toda a Terra para que exercesse cuidado e governo de uma forma correta, utilizando princípios, valores e padrões estabelecidos por Ele.

E DEUS os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (Gênesis 1:28)


Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra deu-a Ele aos filhos dos homens. (Salmo 115:16)

Porém não foi bem isso o que aconteceu e, com a entrada do pecado na humanidade, o homem entregou a autoridade e o governo desse mundo nas mãos de satanás, perdendo aquilo que DEUS havia lhe dado. Somente através do nome de JESUS CRISTO que o homem consegue retomar essa autoridade que foi perdida e implantar o Reino de DEUS aqui nessa terra, onde vivemos temporariamente.

Sabemos que somos de DEUS, e que o mundo inteiro jaz no maligno. (1 João 5:19)

Pelo que também DEUS o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome. (Filipenses 2:9)

DEUS criou Adão e Eva triunos, para dirigir e direcionar as suas vidas, mantendo comunhão entre o ESPÍRITO SANTO e o espírito deles. O casal, porém, perdeu a ligação espiritual com DEUS devido ao pecado, sendo que o espírito deles separou-se do Espírito de DEUS e o casal passou a fazer parte do mundo, o qual jaz no maligno. Será que há alguma semelhança com o mundo hoje?

Então disse o SENHOR DEUS: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, o SENHOR DEUS, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. (Gênesis 3:22 e 23)

O homem também quis ser um deus e DEUS teve de tirá-lo do Jardim do Éden para que não comesse também da árvore da vida e, assim, tivesse o poder sobre a morte e a vida em suas próprias mãos, pois se isso acontecesse, o homem jamais se voltaria para DEUS. Precisamos ser sinceros em reconhecer que caso fossemos imortais nessa terra, a probabilidade de nos voltarmos para DEUS seria praticamente nula.

Morte e separação como conseqüências do pecado.

O pecado trouxe outras conseqüências à humanidade, além do afastamento de DEUS: a separação entre o homem e seus semelhantes, isto é, passou a haver falta de amor entre os seres humanos; além de aprisionamento espiritual a satanás, à medida que se tem uma vida de pecado.
A falta de amor é bem retratada no primeiro assassinato da história, pela morte de Abel, provocada por se próprio irmão, Caim (Gênesis 4:8). É por isso que JESUS resumiu todas as leis e mandamentos em amar a DEUS e amar ao próximo como a si mesmo.
A partir daquele momento no Éden, satanás conseguiu implantar o pecado na humanidade e, em virtude da desobediência e independência, o homem trouxe para si a morte espiritual diante de DEUS (associemos essa morte como sendo a separação do homem para com DEUS), tornando-se escravo do pecado e espiritualmente aprisionado.

Então formou o SENHOR DEUS ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. (Gênesis 2:7)

Então o SENHOR DEUS disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos, e o és entre todos os animais selváticos: rastejarás sobre o teu ventre, e comerás pó todos os dias da tua vida. (Gênesis 3:14)

O homem foi formado do pó da terra e satanás tem como alimento o pó, ou seja, o homem. Ao cometer pecado, o homem alimenta algum demônio. Por exemplo, quando há consumo de qualquer tipo de droga, existe um demônio se alimentando desse pecado; na prática do sexo impuro, existe um demônio por trás dessa relação sexual. Os demônios são seres espirituais e precisam de um corpo físico para atuar nesse mundo natural, por isso, eles usam as pessoas que estão em pecado para roubar, matar e destruir a elas mesmas e aos projetos de DEUS.

O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir. (João 10:10)

Alimentam-se do pecado do meu povo, e da maldade dele têm desejo ardente. (Oséias 4:8)

A rejeição a DEUS foi o maior erro cometido na terra, mas, apesar disso, Ele continua amando o homem. O pecado afastou o homem de DEUS, não foi DEUS quem se afastou do homem. DEUS odeia e abomina o pecado, mas ama profundamente o pecador.

Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. (Isaías 59:2)

O homem entregou-se à morte e as conseqüências dessa escolha foram o sofrimento, a solidão e a dor. DEUS, porém, sempre teve o desejo de resgatar e conduzir o homem de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído, e por isso, JESUS veio buscar aquele que havia se perdido para devolvê-lo ao Pai.

O amor de DEUS é manifestado ao oferecer a oportunidade de salvação à humanidade, embora Ele pudesse, com justiça, condená-la em virtude dos pecados de todos.
Existe um preço para o pecado e esse preço é a morte, mas DEUS estabeleceu o sangue como moeda espiritual de troca, para pagamento dos pecados.

Pois todos pecaram e carecem da glória de DEUS. (Romanos 3:23)

Porque o salário do pecado é a morte. (Romanos 6:23)

A graça de DEUS, porém, triunfa sobre o juízo e a Sua vontade é que ninguém pereça. O plano de salvação traçado por DEUS visa a restaurar a vida externa, a vida interna e os propósitos de existência do homem, os quais foram perdidos através da prática do pecado.

A misericórdia triunfa sobre o juízo. (Tiago 2:13)

Não retarda o SENHOR a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. (2 Pedro 3:9)

DEUS não tem opções de plano de salvação; Ele teve, tem e sempre terá somente um. DEUS iniciou o Seu plano de resgate no momento da entrada do pecado na humanidade e isso jamais foi alterado, porque tudo o que Ele faz é perfeito; Ele é Onisciente: JESUS é esse plano de salvação.

Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gênesis 3:15)

DEUS quer resgatar a originalidade do homem, isto é, um ser triuno que vive em comunhão com o seu Criador. O único plano de DEUS visa a salvar o homem da morte espiritual, eterna e interna.

A formação do povo judeu.

A primeira rebeldia e desobediência do homem trouxeram ao mundo o pecado em forma de corrupção, violência e prostituição. Após de centenas de anos, Deus teve de enviar o dilúvio e recomeçar a raça humana através de Noé e sua família, visto o mundo ter-se tornado totalmente contaminado pelo pecado.

Essa família iniciou um processo de repovoamento da terra ao término do dilúvio. Noé tinha gerado três filhos: Sem, Cam e Jafé. Da descendência de Sem vieram os semitas e, dentre estes, DEUS escolheu e separou um homem, chamado Abraão, para dar início a um povo, ou melhor, o povo judeu, a fim de mostrar à humanidade como ELE deveria ser servido, adorado e ensinar a todos a maneira de se viver em santidade, obediência e submissão ao SENHOR. É importante notar que

DEUS não escolheu o povo judeu, mesmo porque, antes do chamado de Abraão não havia judeus, mas foi a partir desse homem que ELE formou tal povo, com os propósitos já citados.

O plano de salvação, traçado por DEUS ao homem, é cheio de paciência e estabelecido a longo prazo, tendo sido iniciado com os judeus. DEUS mesmo determinou que TODAS as famílias da terra seriam abençoadas a partir deles e isso quer dizer que todos os povos, de todas as raças do mundo, têm acesso ao plano de salvação por Ele proposto.

Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção: abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gênesis 12:1-3)

Quando DEUS chamou Abraão para iniciar uma nova nação, ele se tornou o primeiro hebreu, judeu ou israelita. Abraão gerou a Isaque e Isaque gerou a Jacó, que mais tarde teria seu nome mudado para Israel. Jacó gerou 12 filhos, os quais originaram as 12 tribos de Israel. Eles formaram a nação dos judeus e, desde então, a raça humana foi dividida entre judeus e gentios.

Alguns “salvadores” no plano físico foram levantados por DEUS, ao longo da história, para tipificar o verdadeiro SALVADOR: JESUS. Como exemplo, temos José, Davi, Gideão, Ester. Uma outra tipificação de JESUS no Antigo Testamento foi Moisés, a quem DEUS chamou e usou imediatamente na libertação dos judeus, quando estes clamaram por socorro, após 400 anos de escravidão no Egito.

Cabe lembrar que não foi DEUS quem demorou 400 anos para livrá-los da escravidão, mas foram eles quem demoraram 400 anos para clamar a DEUS por ajuda.

Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão, e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel, e atentou Deus para a sua condição. (Êxodo 2:23-25)

A frieza e a religiosidade do povo.

Com o passar do tempo as pessoas tornaram-se frias e religiosas, afastando-se cada vez mais de DEUS. Ele precisava mostrar ao povo o quão distante estavam do seu Criador, para que percebessem sua condição de morte espiritual, gerando arrependimento e volta a DEUS. Passado um tempo, surge no coração do rei Davi o desejo de construir um templo para DEUS, porém o SENHOR entrega essa tarefa para seu filho Salomão, templo este que era dividido em três partes:

a) Átrio: espaço público onde todas as pessoas podiam entrar e se assentar à espera de alguma manifestação de DEUS.

b) Santo Lugar: local onde somente os sacerdotes, pessoas separadas por DEUS e que buscavam a santificação, podiam entrar. Eles recolhiam os pedidos do povo para apresentá-los ao sumo sacerdote.

c) Santo dos Santos ou Santíssimo Lugar: local onde somente o sumo sacerdote podia entrar para pedir perdão pelos pecados da nação e buscar direção de DEUS. Um véu de veludo fazia a separação entre o Santo e o Santíssimo Lugar. Ali se encontrava a arca da aliança, símbolo da presença de DEUS, e a glória dEle manifestava-se literalmente (Shekinah) entre os querubins do propiciatório que cobria a arca. O sumo sacerdote temia tanto a manifestação da presença da DEUS, que entrava no Santíssimo Lugar com a cabeça curvada e descalço, em sinal de temor e reverência, além de ter uma corda e sinos amarrados em seu corpo, para que, caso fosse fulminado pela glória de DEUS, outros pudessem puxar o seu corpo para fora daquele lugar.

Ainda assim, o povo continuava religioso, frio e com o coração endurecido. Pessoas religiosas são aquelas que zelam pelas coisas de DEUS, mas que, infelizmente, não têm o próprio DEUS em suas vidas. Foi assim que se tornou o povo judeu: religioso, pensando que as Leis (10 mandamentos + 603 leis) seriam sua salvação e não DEUS.

A Nova Aliança.

Nesse templo, as pessoas poderiam, de alguma forma, buscar a DEUS e ter algum contato com o Criador. Isso, porém, ainda não era o suficiente; DEUS tinha algo infinitamente melhor, tinha a maior promessa de todas: JESUS.

Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante Eu os haver desposado, diz o SENHOR Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR. Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; Eu serei o seu DEUS e eles serão o meu povo. (Jeremias 31:31-33)

O texto acima fala da nova aliança que DEUS estabeleceu com a humanidade. O problema não estava nas leis, afinal, DEUS mesmo as ordenara; o problema era o homem. DEUS, então, cumpre mais uma de suas promessas: enviou gratuitamente seu Filho para morrer na cruz em nosso favor.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)

DEUS fizera a promessa de que a semente da mulher (JESUS e a Igreja) esmagaria a cabeça da serpente (satanás), conforme Gênesis 3:15, quase 4.000 anos antes de seu cumprimento. A “maior” de todas as profecias foi cumprida: o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição do Cristo de DEUS.

ELE mesmo providenciou um Salvador que resgatasse toda a humanidade de seus pecados.

Desde a hora sexta até a hora nona houve trevas sobre toda a terra. Por volta da hora nona, clamou JESUS em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lema sabactâni, que quer dizer: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. E logo um deles correu a buscar uma esponja, e, tendo-a embebido de vinagre e colocando na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. E JESUS, clamand outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo: tremeu a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de JESUS, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a JESUS, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de DEUS. (Mateus 27:45-54)

Com a encarnação do Filho de DEUS, em três anos, a história do mundo foi mudada, através da sua vida, morte e ressurreição. JESUS deixou a sua condição de DEUS para tornar-se um homem e oferecer-se como O Cordeiro de DEUS, derramando seu sangue por cada um de nós.

Sabemos que o pecado gera morte espiritual e JESUS veio para livrar-nos dessa morte, dando-nos vida abundante e eterna. Ao pecar, uma pessoa pode sofrer conseqüências nas áreas emocional, pessoal, social e espiritual de sua vida. A sentença de separação de DEUS é levada na cruz por JESUS e esta conseqüência, então, a pessoa não sofrerá mais, em virtude da infinita misericórdia de DEUS. ELE decidiu perdoar os pecadores, mas sem desconsiderar a gravidade dos atos pecaminosos, isso quer dizer que somos inocentados da pena de morte dos nossos pecados, por meio do sangue derramado por Seu Filho na cruz, embora colhamos conseqüências naturais dos nossos erros.

Como exemplo podemos citar um casal que está firme na igreja, mas que, em algum momento, cai em pecado sexual, gerando uma gravidez não esperada. Eles arrependem-se, humilham-se e pedem perdão a DEUS e, de fato, são perdoados, pois JESUS, na cruz, absolveu-os a partir do momento em que houve arrependimento. A gravidez, contudo, estará lá, a vida já estará formada no ventre da mulher e essa é uma conseqüência natural do pecado, a qual não pode ser desconsiderada.

A conseqüência espiritual é resolvida na cruz, mas a natural, por vezes, será manifestada.

O sangue como moeda espiritual.

O primeiro pecado na humanidade ocasionou o derramamento de sangue de um inocente animalzinho, para que houvesse perdão e restauração da comunhão entre o primeiro casal e DEUS; isso ocorreu porque todo o pecado gera morte – o salário do pecado é a morte! (Romanos 6:23).

Fez o SENHOR DEUS vestimentas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu. (Gênesis 3:21)


Sem derramamento de sangue não há remissão. (Hebreus 9:22)

No antigo testamento, a moeda, o pagamento pelo pecado cometido por um homem era o sangue de um animal inocente; isso significava vida para o pecador e perdão da parte de DEUS. ELE escolheu uma forma um tanto quanto assustadora e chocante para liberar perdão, justamente para mostrar a gravidade de um pecado: a vida de um animal inocente pela vida de uma pessoa pecadora.

Por trás disso existe um conceito de substituição ou expiação, isto é, alguém toma o lugar de outro, a fim de levar sua dor e livrá-lo dela. Isso significa poupar e sentir a dor do outro.

Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de DEUS e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Isaías 53:4- 5)

Em Levíticos 16 é descrito um ritual para a caracterização do ato de levar o pecado de alguém:

Durante uma festa chamada Yonkipur ou Dia da Expiação, o sumo sacerdote apresentava-se diante de DEUS com dois bodes, sendo um para sacrifício e derramamento de sangue para remissão de pecados e o outro, para servir como bode expiatório. Sobre a cabeça deste último, o sumo sacerdote colocava suas mãos, simbolizando a transferência de pecados, confessava todas as iniqüidades da nação e, depois, o bode era solto no deserto, levando todos esses pecados. Ocorre que, muitas vezes, eles eram feitos de maneira vazia, mecânica e religiosa. Para DEUS, os rituais de sacrifício eram a preparação para o único, perfeito, completo e definitivo sacrifício de sangue que viria: o sacrifício de JESUS na cruz.

Eis o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo. (João 1:29)

Através de seu sacrifício na cruz, JESUS CRISTO representou três papéis: dos dois animais (sacrifício) e o do sumo sacerdote (mediador entre DEUS e os homens). Ainda hoje DEUS exige  o derramamento de sangue para perdão dos pecados, porém, não mais de animais inocentes, mas somente aquele sacrifício que fora feito por seu próprio Filho.

O derramamento de sangue é o preço que DEUS estabeleceu a ser pago pelo pecado, ou seja, a morte é trocada pela vida, e o pecado, pela pureza e santidade. Como DEUS não pode morrer, uma vez que é Eterno e Imortal, seu plano foi enviar Seu Filho JESUS para essa terra, na forma de homem, para que pudesse mostrar através da vida dEle qual é o padrão de DEUS para a humanidade.

Por mais que busquemos ser corretos e perfeitos diante de DEUS, jamais conseguiremos conquistar a salvação através de nossos esforços ou méritos; ao longo de toda a Bíblia são comprovadas a nossa fraqueza e necessidade da graça e misericórdia de DEUS para alcançarmos a salvação de nossa alma.

DEUS não nos aceita porque fazemos o bem, ou tratamos o irmão com amor, visto esta ser nossa obrigação, mas aceita-nos exclusivamente devido ao sacrifício de vida e sangue de Seu Filho JESUS.

Recebemos perdão e livre acesso a DEUS somente através da cruz e qualquer tentativa de nos achegarmos a ELE através de obras e justiça próprias, anula o sacrifício de CRISTO. Agradar a DEUS porque o amamos significa verdadeira adoração, mas tentar agradá-lO para ser aceito, significa manipulação e busca de justiça própria; justiça essa, que é como trapo de imundícia.

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam. (Isaías 64:6).

Devemos ser obedientes a DEUS, pois fomos comprados por preço de sangue, através da vida de JESUS: não pertencemos mais a nós mesmos, mas somente a Ele. Podemos chegar a uma única conclusão: sem DEUS não há esperança alguma!

Por que JESUS teve de derramar o seu sangue para salvar-nos? O elemento sangue representa uma moeda de compra no mundo espiritual, um preço a ser pago em troca de algo. Por que DEUS escolheu o sangue como moeda? Porque o sangue é o fluído que dá a vida, ele contém a vida em si, é o símbolo da vida. Basta retirar o sangue para que a vida da pessoa ou do animal seja retirada.

Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. (Levíticos 17:11)

O valor do sangue derramado é determinado pelo valor da vida sacrificada e, é por isso que o sangue de animais, somente tinha valor para cobertura temporária dos pecados, visto tratar-se de seres irracionais. O sangue de JESUS, porém, tem valor imensurável, sua vida também é de imensurável valor, por tratar-se do sangue do próprio DEUS. Sendo assim, seu sacrifício pôde cobrir os pecados, não somente de alguns, mas de todos os homens, em todos os tempos, de forma permanente, perpétua. Não há sangue tão valioso quanto o de JESUS, pois simboliza a eternidade de DEUS e com

DEUS. Ele trocou nossa merecida morte por uma vida abundante e gratuita.

A crucificação de JESUS.

O processo da morte de JESUS teve inicio no Jardim do Getsêmani, antes ainda de sua tortura e crucificação. Enquanto JESUS orava, o seu suor tornou-se como gotas de sangue que foram derramadas sobre a terra, já anunciando o derramamento de seu sangue para a remissão dos pecados de toda a humanidade. Suar sangue é um acontecimento muito raro, provocado por vários fatores ao mesmo tempo, dentre eles podemos citar a fraqueza física e emocional, profunda emoção, angústia e agonia provocadas por uma tensão em nível extremo. JESUS enfrentou isso ao carregar sobre Si toda a sujeira da humanidade, de todas as épocas do mundo. A tensão vivida por JESUS fez com que suas veias capilares fossem rompidas, seu sangue fosse misturado ao seu suor, escorrendo por todo o seu corpo e sendo derramado sobre a terra.

E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra. (Lucas 22:44)

Crucificação significa tortura e execução por fixação em uma cruz. De acordo com a história, foram os persas que iniciaram a prática da crucificação, e o grego Alexandre (o grande) foi quem trouxe esse método para a região do Mediterrâneo e, finalmente, os romanos adotaram essa prática e passaram a “aperfeiçoá-la”, desenvolvendo um alto grau de eficiência. A cruz romana tornou-se a mais cruel forma de execução pública existente, por ser capaz de afetar dolorosamente todas as partes do corpo ao mesmo tempo.

De acordo com relatos de médicos cristãos, antes de ser crucificado, JESUS foi açoitado ou chicoteado. ELE foi despido de suas roupas e teve suas mãos amarradas a um poste, acima da altura de sua cabeça. Pela lei dos judeus, a vítima não poderia receber mais do que 40 chicotadas, mas será que os romanos seguiram essa lei e não ultrapassaram esse número? O chicote usado era feito com várias tiras de couro e, nas extremidades das tiras, eram amarradas bolinhas de chumbo ou ossos de ovelhas pontiagudos para dilacerarem a carne. Os soldados romanos lançaram os chicotes com toda a força sobre os ombros, costas, nádegas e pernas de JESUS, fazendo com que, inicialmente, sua pele fosse cortada. Em seguida, a cada golpe, as bolinhas de chumbo produziam profundos cortes e hematomas até que a pele estivesse pendurada, em tiras, totalmente dilacerada e irreconhecível.

Então JESUS, quase desmaiado em função da dor, teve suas mãos desamarradas e caiu sobre uma poça de seu próprio sangue. Em seguida, JESUS foi escarnecido pelos soldados romanos, que o esmurravam no rosto e cuspiam-lhe. Foi atirado um manto sobre seus ombros e colocado um pau em suas mãos como forma de humilhação. Como se não bastasse, pegaram um pequeno galho flexível, coberto de grandes espinhos e o enrolaram em forma de uma coroa, pressionando-a sobre sua cabeça. Aqueles espinhos penetraram no couro cabeludo de JESUS causando nova hemorragia – o couro cabeludo é uma das regiões mais sensíveis e irrigadas de sangue do corpo humano – e uma intensa e aguda dor. Os soldados continuavam a bater em JESUS, inclusive sobre sua cabeça, fazendo com que os espinhos penetrassem mais ainda em seu crânio, causando-lhe mais e mais dor.

O manto, então, que já estava grudado aos ferimentos, foi retirado bruscamente de suas costas, causando nova e intensa dor, como se Ele estivesse apanhando novamente. Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate; tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: salve, rei dos judeus! E, cuspindo nele, tomaram o caniço, e davam-lhe com ele na cabeça. (Mateus 27:28-31)

Os que detinham JESUS zombavam dele, davam-lhe pancadas e, vendando-lhe os olhos, diziam: profetiza-nos quem é o que te bateu. E muitas outras coisas diziam contra ele, blasfemando. (Lucas 22:63-65)

Após isso, amarraram sobre os ombros de JESUS a barra horizontal da cruz, que pesava cerca de 50 quilos (a barra vertical já estava posicionada no lugar da crucificação), obrigando-o a caminhar por cerca de 800 metros, descalço, sobre um terreno irregular e cheio de pedras. Somando as feridas no corpo, o peso da barra, a dificuldade de andar, a perda de sangue, a desidratação, o jejum de comida e bebida, JESUS foi ao chão, fazendo com que a viga, cheia de farpas de madeira, esfolasse por mais uma vez seus ombros e costas, aumentando ainda mais sua dor.

O sangue de CRISTO continuava a escorrer, então Ele foi deitado brutalmente, de costas, sobre o braço vertical da cruz, para finalmente ser crucificado. Foram usados cravos de ferro pesados, de formato longo (aproximadamente 15 cm), pontudos e quadrados. Os soldados colocaram os cravos sobre as mãos de JESUS, e com golpes de martelos traspassaram-nas, mantendo seus pulsos amarrados sobre a trave de madeira. Em seguida, Ele teve os pés cravados na cruz: um pé foi colocado sobre o outro, tendo um cravo batido contra uma base de madeira, de forma a deixar os joelhos um pouco dobrados. O corpo de JESUS ficou, então, pregado na cruz pelas mãos e pés.

À medida que seu peso levava-O para baixo, gerando uma dor insuportável, em virtude dos cravos colocados nas mãos, JESUS fazia um esforço incomum para subir e aliviar a dor. Nesse momento tinha início uma outra dor, agora nos nervos dos pés, uma vez que Ele simplesmente era obrigado a apoiar todo o seu peso no cravo colocado em seus pés.

A posição que o corpo da vítima permanecia na cruz dificultava ao máximo a respiração. E assim aconteceu com JESUS: o ar entrava em seus pulmões, mas a posição envergada do corpo dificultava a saída deste. Seus pulmões cheios de ar não conseguiam mais se esvaziar, Ele começava, então, a ser asfixiado. Para que JESUS pudesse respirar de forma normal, Ele deveria levantar seu corpo, sustentando todo o peso sobre os pés encravados na cruz, além de movimentar seus ombros e braços sobre os cravos. Isso produzia uma dor absurda nos nervos e músculos de todo o seu corpo, além de raspar a pele já dilacerada contra a madeira. Para piorar, cada vez que JESUS fazia movimentos para respiração, era obrigado a inclinar sua cabeça para trás, fazendo com que a coroa batesse contra a viga de madeira, produzindo mais dores em seu crânio, em função da perfuração dos espinhos.

JESUS enfrentou isso tudo não somente para respirar, mas também porque queria falar.

Contudo JESUS dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.(Lucas 23:34)

Como se não fosse bastante toda a dor física, JESUS enfrentou outras ainda piores: a dor espiritual e do abandono.

DEUS não tem parte com o pecado, por isso, ao tomar sobre seus ombros todas as formas de pecado, de todas as épocas e de todas as pessoas, toda opressão do inferno, todo peso espiritual da maldade, todas as enfermidades e toda a sujeira da humanidade, JESUS ficou separado do Pai.

Por volta da hora nona, clamou JESUS em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, que quer dizer: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste? (Mateus 27:46)

O sacrifício de JESUS na cruz estava chegando ao fim: Ele poderia permitir-se morrer e entregar seu espírito ao Pai, mas não antes de sentir todo peso espiritual ao declarar:

Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. (João 19:30)

A frase “está consumado”, em seu original grego, significa “completamente completo e perfeitamente perfeito”, por isso, entendemos que quando JESUS a expressou, não quis dizer que a guerra espiritual havia chegado ao seu final, mas sim que os sacrifícios exigidos no antigo testamento não eram mais necessários, uma vez que um novo caminho para achegar-se a DEUS estava aberto: a salvação pela graça, por meio da fé em CRISTO e do Seu sacrifício de sangue. Além da oportunidade de achegar-se a DEUS, esse caminho ainda possibilitou o livramento do engano, das mentiras de satanás e das conseqüências do pecado. Esse sacrifício é completo e perfeito: completo no sentido de ser o único aceitável para a nossa salvação diante de DEUS e perfeito por ter sido realizado pelo próprio DEUS.

O término de uma crucificação acontecia ao quebrar-se as pernas das vítimas, a fim de impedir que se levantassem para respirar. Uma vez que o peso do corpo estava voltado para baixo, o pulmão era comprimido, acelerando o processo de asfixia. Ambos os ladrões, crucificados também naquele momento, tiveram suas pernas quebradas, mas, ao se aproximarem de JESUS, os soldados viram que não seria necessário quebrar as dEle e, aparentemente, para confirmar Sua morte, um dos soldados furou-lhe o lado, na direção do coração.

Os soldados foram e quebraram as pernas do primeiro e ao outro que com ele tinha sido crucificado; chegando-se, porém, a JESUS, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas
um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. (João 19:32-34)

O Criador de todas as coisas, que poderia facilmente salvar-se a si mesmo, decidiu enfrentar toda a agonia, humilhação e sofrimento por amor à humanidade. JESUS sofreu essa morte para que nós tivéssemos acesso a DEUS e ressuscitou, vencendo a morte, para que nós pudéssemos viver eternamente ao seu lado.

A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:8)

0 comentários:

Postar um comentário